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Consciência Negra: A discriminação racial no empreendedorismo

Dos pouco mais de 210 milhões de brasileiros, cerca de 99 milhões declaram-se como pardos e 20 milhões como negros, totalizando 56.75% da população, segundo o IBGE. E mesmo sendo maioria, o racismo estrutural e institucional no Brasil ainda nega a essa parte da população igualdade de oportunidades nos mais diversos setores do mercado de trabalho.

Apesar de diminuições recentes devido a campanhas por diversidade racial no mercado de trabalho, a maioria das empresas ainda possuem exclusividade de pessoas brancas e segundo o Censo GIFE de 2018 apenas 8% das empresas contavam com negros em seu conselho deliberativo e 19% com conselheiros pardos. 

Por outro lado, algo que vem em uma grande crescente é o empreendedorismo negro, ou afroempreendedorismo, que movimenta cerca de R$ 1,7 trilhão por ano no Brasil e hoje são maioria da população de empreendedores, pois cerca de 51% dos brasileiros que empreendem se declaram pretos ou pardos.

O perfil do empreendedor negro 

Segundo a aceleradora de empresários negros PretaHub, da Feira Preta, em parceria com a Plano CDE e o JP Morgan o afroempreendedorismo possuem três perfis: os que empreendem por necessidade, por vocação e os engajados.

Dos empreendedores por necessidade, 46% dizem que iniciaram no empreendedorismo por falta de emprego e 83% não possuem parceiros ou funcionários.

Os empreendedores por vocação são aqueles que são mais familiarizados com a atividade empreendedora e possuem o desejo de ser autônomos, desse perfil 51% afirmou que sempre quis empreender e 95% quer evoluir seu negócio em um período de um ano.

Já os empreendedores engajados se identificam com a atividade empreendedora e veem nela uma oportunidade de exercer uma atividade auto afirmativa, mais voltada para o público afro. Desse perfil, 29% trabalham em parceria e priorizam outros negros e 31% acreditam que sua maior qualidade é a articulação da sua cultura e dos seus produtos.

O racismo estrutural no afroempreendedorismo

O levantamento feito apresenta também alguns desafios enfrentados pelos afroempreendedores, como o acesso a crédito, pois a maioria iniciou seus negócios com poupança própria ou de familiares/amigos. 32% dos entrevistados já tiveram crédito negado sem explicação, esse número aumenta para 39% no perfil dos engajados, que costumam voltar seus negócios para a população negra, ainda nesse perfil 8% tiveram crédito negado por serem negros.

Outra barreira é a solidão do empreendedor na gestão financeira, já que 88% dos entrevistados se apresenta como o único responsável pela gestão financeira, 10% aponta ter um funcionário responsável e 2% diz ter um setor responsável para exercer a função.

Segundo Adriana Barbosa, CEO do PretaHub, o primeiro passo para superar os desafios que pessoas negras enfrentam na hora de empreender é reconhecer que o racismo não só existe no Brasil, como é institucionalizado e opera os negócios.

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