Empreender é mais do que movimentar o mercado. Derivado da palavra francesa entrepreneur, que significa “aquele que assume riscos e inicia algo novo”, empreender sempre esteve ligado à inovação e à busca de soluções e métodos para realizar mudanças, o que muito se relaciona ao chamado empreendedorismo social.
No artigo de hoje iremos falar sobre empreendedorismo social, um tipo diferente de empreendedorismo que apesar de parecer diferente à primeira vista possui diversas semelhanças com o empreendedorismo clássico que todos já conhecem, e que traz consigo aprendizados que podem ser aplicados em todos os tipos de negócios.
O que é o empreendedorismo social?
Empreendedorismo Social é o modelo de negócio e de ações empreendedoras que buscam a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Ou seja, são empresas que existem, principalmente, para promover soluções que geram mudanças positivas na vida das pessoas e/ou comunidades vulneráveis.
Esse modelo de negócio se baseia na identificação e resolução de problemas encontrados num ambiente, seja ele educacional, ecológico, financeiro, de exclusão social e diversos outros temas. Ou seja, o empreendedorismo social é um modo de reduzir a desigualdade social e seus impactos em uma determinada localidade ou grupo social.
Qual o seu diferencial?
Diferente do empreendedorismo clássico, no empreendedorismo social o foco do negócio não é gerar lucro financeiro para os sócios, donos e investidores de modo geral. Aqui o objetivo principal é, como já falamos, promover a melhoria de vida da população em que o negócio está inserido. Por outro lado, o empreendedorismo social também não deve ser confundido com assistência ou ativismo social, pois mesmo que ambos tenham o mesmo objetivo da promoção de melhoria de vida para a sociedade, no empreendedorismo social se desenvolve um modelo de negócio que irá servir constantemente a causa que foi criada para ajudar.
Um exemplo prático da diferença entre a assistência ou ativismo social, o empreendedorismo clássico e o social seria a abordagem de uma população carente ou moradores de rua. Na assistência social ou no empreendedorismo clássico, iriam ser coletados recursos por meio de doações para auxiliar essa população, porém a raiz do problema não iria ser solucionada. No empreendedorismo social, teremos como oportunidade, a criação de um modelo de negócio como uma fábrica de vestimentas onde seriam contratados e capacitados apenas pessoas em situação carente e além da oportunidade de emprego, seria destinada aos funcionários uma parcela da produção. Atacando assim a raiz do problema ao mesmo tempo em que se constrói um modelo de negócio socialmente sustentável.
Como fica o lucro?
Apesar de não ser o foco principal do empreendedorismo social, o lucro nesse modelo de negócio não é inexistente ou evitado. É possível sim a criação de modelos de negócio que além de sustentáveis e de grande impacto social também permitam a geração de lucro. Lucro esse que pode permitir a expansão do negócio e consequentemente gerar ainda mais impactos positivos no ambiente em que está localizado
Os 3 componentes do empreendedorismo social
Antes de consolidar uma iniciativa de empreendedorismo social, são necessários 3 etapas a serem seguidas:
Um diagnóstico do problema social a ser abordado, ou seja, uma situação de injustiça ou desigualdade enfrentada por uma localidade ou grupo de pessoas. Para ter certeza de que o que irá ser abordado é uma desigualdade ou injustiça social basta observar se os indivíduos em questão possuem condições financeiras ou influência política para solucioná-lo. Alguns exemplos de problemas sociais que podem ser solucionados com o empreendedorismo social são fome, moradia precária ou inexistente, violação dos direitos humanos, atendimento de saúde precário, desmatamento, poluição, falta de saneamento básico e exclusão social de minorias e etc.
Realizado o diagnóstico correto, a segunda etapa é o desenvolvimento de um modelo de negócio que transforme a vida das pessoas afetadas e que possa ser monetizado e consequentemente seja sustentável, uma boa dica para essa etapa é buscar ajuda de outras pessoas dispostas a mudar a realidade do grupo afetado. As parcerias podem vir dos lugares onde menos se espera.
A última etapa é criar uma nova realidade para a sociedade. Com o modelo de negócio em mãos, assim como no empreendedorismo tradicional é hora de desenvolver o planejamento, estruturar um pitch de vendas e buscar investidores e parceiros iniciais para que o planejamento saia do papel.
O que podemos aprender com o empreendedorismo social?
Todo modelo de empreendedorismo, seja ele social ou tradicional, gera impacto na vida das pessoas que o cercam, sejam seus clientes, colaboradores, sócios e suas respectivas famílias. No empreendedorismo tradicional, ter em mente o impacto e a importância do seu negócio e trabalhar para melhorar a vida dessas pessoas faz com que elas possam crescer junto com a sua empresa. Toda empresa é produto do seu público, seja ele interno ou externo, e quanto melhor for a vida do público da sua empresa, maiores serão as chances da sua empresa obter sucesso.
Se você gostou do nosso artigo e quer saber mais sobre Gestão e Governança, é só acompanhar nossas postagens semanais na seção de Conteúdo aqui no site e no nosso Instagram.