Estamos em setembro, o mês dedicado à campanha de prevenção ao suicídio, e dentre os vários fatores que podem afetar e colocar em risco a saúde mental de um indivíduo, muitos estão ligados à vida profissional. Alguns deles são, condições de trabalho estressantes, cobranças excessivas, desgaste físico e emocional, burnout, etc. Durante a pandemia, além dos fatores já conhecidos, outros vieram à tona, como, por exemplo, o afastamento de entes queridos, a incerteza no futuro, falta de estrutura para o trabalho remoto ou de equipamento de proteção individual (EPI) para o trabalho presencial, entre outros. Problemas esses que vieram para agravar ainda mais os problemas de saúde mental que acometem a vida do trabalhador.
Da mesma forma que os problemas podem ser causados no trabalho, eles também podem afetar a produtividade dentro da empresa. Um estudo da National Institute of Health (US) revelou que 48% da produtividade é perdida por conta de transtornos mentais, como: ansiedade, estresse, burnout e depressão. Dessa forma, a relação entre Saúde e Trabalho deve ser tratada com bastante atenção. A criação de políticas de prevenção, melhores condições de trabalho e de qualidade de vida para os colaboradores são necessárias para qualquer empresa que deseja perseverar na crise.
Outro fato sobre o sofrimento psíquico ligado ao trabalho é que ele é democrático, afeta do estagiário ao CEO. Estudos apontam que 8 a cada 10 pessoas relatam que o seu trabalho afeta o seu bem-estar emocional. E o primeiro passo para melhorar a situação é criar um ambiente em que as pessoas se sintam confortáveis para expor seus problemas diante das outras sem medo de serem julgadas ou punidas por isso. Segundo a psicóloga organizacional Edwiges Parra, da Emind Mente Emocional, “algumas empresas já entenderam que, se não estiverem engajadas na promoção da saúde mental, estão fadadas a sumir do mercado. É um caminho sem volta”.
Um funcionário que atua presencialmente na limpeza por exemplo e que está exposto a materiais que podem estar contaminados com frequência e não possui acesso aos EPIs, precisa voltar para casa com a incerteza de estar livre do coronavírus, colocando em risco a sua saúde e a de seus familiares. Se esse mesmo funcionário ao solicitar melhores condições de trabalho escuta respostas negativas, ríspidas ou julgamentos, têm grande probabilidade de desenvolver casos de adoecimento no ambiente de trabalho.
O trabalho remoto, por sua vez, apesar de ter sido uma boa opção para muitos, que inclusive prefeririam manter o trabalho de casa, mesmo após a pandemia, também não está isento de problemas. Para muitos há a dificuldade de adequação no ambiente doméstico e garantir a produtividade, como possuir um cômodo separado para realizar o trabalho, sem distrações, ou uma conexão com a internet e equipamentos adequados. Isso por si só já é um agravante psíquico no cenário que já oferece tantos problemas.
Nessas horas é importante lembrar das instruções de segurança que se recebe em um avião para casos de imprevisto. Coloque a máscara primeiro em você e só depois ajude a pessoa ao seu lado, pois é impossível cuidar do bem-estar de outras pessoas sem se cuidar primeiro. Por isso, nós da Exmerare, declaramos nosso apoio à causa do Setembro Amarelo e à valorização da vida.
Caso precise de ajuda, busque um profissional. Ligue 188 ou acesse o site do CVV.
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